terça-feira, 31 de agosto de 2010

do que vem de dentro

Ontem me ocorreu um acontecimento deveras perturbador. Ao sair de casa pra ir pra faculdade, eis que me encontro com o vizinho bonitão no elevador. Eu estava com um livro de fisiologia na mão, o que me custa varias dores no braço e coluna. Foi quando ele me perguntou se eu fazia medicina. (Ele é médico, fisioterapeuta, nutricionista, enfermeiro, açogueiro ou algo assim, pq está sempre de branco.) Respirei fundo 3 vezes e respondi que não, que eu fazia enfermagem. Ele não perguntou mais nada e seguimos calados até o térreo. Não sei o motivo mas me senti muito mal com a pergunta. Não acho que esteja fazendo o que gostaria de fazer, não acho que serei realizada com a profissão. Mas não serei uma dessas que faz as coisas de má vontade só porque não gosta do que faz. O que me preocupa é a sensação de fracasso interna que vai me perseguir pra sempre. Talvez eu arranja um ótimo emprego que eu ganhe bastante e tenha flexibilidade de horario. Talvez eu trabalhe com pessoas que me tratam bem e tratam os pacientes de forma digna. Talvez eu seja promovida e me torne participante do diretório de enfermagem do hospital. Ou talvez não. E é desse 'não' que eu tenho medo. De me esforçar bastante pra concluir o que começei, a decisão(burra?) que tomei, e acabar sendo só mais uma, fazendo um milhão de plantões por semana só pra conseguir ganhar um salário decente.
Não sei mais o que eu tô falando. Só sei que não quero mais encontrar o vizinho bonitão no elevador.

2 comentários:

The Sole Survivor disse...

Sei lá, se tem uma coisa que a vida tem me ensinado é que nunca é tarde pra ir atrás de se fazer o que gosta.

Fim do ano dou adeus às Letras e ano que vem digo OI ou para Artes Plásticas ou para Design Gráfico.

Ella? disse...

Mentira, quer sim.
E ninguém te disse que você pode largar tudo e ir atrás do que você realmente quer fazer? heim? heim?
Quando você for enfermeira vou ficar doente pra você cuidar de mim.


Beijos